ANGORÔ OU NKONGOLO
ANGORÔ OU NKONGOLO
O angorô brasileiro, forma aportuguesada de Nkongolo é uma das figuras míticas mais conhecidas em todo o universo bantu, extrapolando fronteiras de povos e línguas diferentes. No Brasil ele é cultuado como o arco-íris e seu culto no candomblé Congo-Angola é bastante prestigiado. Temos aqui um mito relativo à angorô de origem Luba que explica a razão do prestígio de tal Nkissi.
Este mito foi postado por Rodrigo, na comunidade Candomblecistas com a palavra no site do Orkut. O missivista não postou de onde tirou tal narrativa. História do Nkongolo Nkongolo insulta Mbidi Kilwê No país de Leste, Buhemba, na margem direita do Rio Lualaba, existiam um homem e uma mulher chamada Kiubaka-Ubaka. O homem Kibumba-Bumba constrói muitas casas, enquanto a mulher faz muita cerâmica. Os dois não se conheciam mas o homem descobriu a mulher quando esta estava cortando lenha na mata. Os dois viveram durante muito tempo sob o mesmo teto, sem nunca se tocarem até o dia que descobriram o sexo vendo dois animais copulando. Passaram a viver maritalmente e ela teve filhos gêmeos de sexos opostos, filhos esses que se tornaram inseparáveis companheiros. Uma vez, os gêmeos encontraram um local rico em peixes, e passaram o dia na captura dos peixes. E à noite, acabaram dormindo juntos e geraram filhos gêmeos que por sua vez geraram outros gêmeos. E assim, sucessivamente, gêmeos gerando gêmeos que passam aos pares a viverem longe de seus pais povoando a terra. Desse primeiro casal, é que saíram todos os homens para povoar as terras do oeste e entre eles um homem excepcional chamado NKongolo, que se tornou o primeiro Rei Divino da Luba, descendente de Kiubaka-Ubaka e Bumba-Kibumba. Nkongolô dominava todas as terras do Oeste. Ele atravessou o Lualaba com um grande séquito, e construiu ali uma grande aldeia. Ao mesmo tempo, um caçador chamado Ilunga Mbidi Kiluwe deixou a sua aldeia para conquistar os povos que viviam entre o Lualaba e o rio Lubilash. Na volta para casa ele conheceu seu primo Nkongolo e Mbidi Kiluwe ficou chocado ao ver que Nkongolo comia e bebia na companhia do seu povo, e foi com espanto que Nkongolo viu seu hóspede desaparecer por detrás de uma cortina na hora das refeições. Mbidi Kiluwe lhe disse então que ele Nkongolo havia conquistado um país, mas não tinha conseguido observar a proibição elementar que obriga o Rei a esconder-se de seu povo quando come ou bebe. E por essa razão, por esse litígio ele afastou-se de Nkongolo. Quando ele chegou ao Rio Lualaba, disse ao chefe local que tinha insultado Nkongolo. Mbidi Kiluwe tinha deixado para trás com Nkongolo suas esposas Mabela e Bulanda, que estavam grávidas. Ele confiou-as aos cuidados do adivinho Mijibu.. Ele disse que ao chefe do rio que ele iria reconhecê-los pelas suas peles negras, e que, se um homem de pele vermelha pedisse autorização para atravessar o rio, ele deveria recusar. Mas, se um homem negro pedir, ele deveria concordar..
Kalala Ilunga com seu exército conseguiu cercar a capital. Nkongolo conseguiu fugir. Uma mulher descobriu onde estava Nkongolo e Kalala Ilunga com seu exército rodeou o esconderijo de Nkongolo e este foi capturado, decapitado e castrado. A cabeça e os órgãos genitais do rei morto foram enviados em uma cesta por Kalala Ilunga a seu pai. Um milagre então aconteceu na localidade de Lenga. Quando o homem que estava carregando a cesta colocou-a sob a terra, um enorme cupinzeiro formou-se sobre o cesto com extraordinária rapidez, enterrando-o sob um monte de terra vermelha. Mbidi Kiluwe lembrou a seu filho da necessidade de rituais e observâncias exigidas para o enterro dos reis divinos. O rei foi obrigado a assumir sozinho a provisão de alimentos e de bebidas, e, longe da vista de todos foram consumidos. O segundo mito de Angorô foi recolhido por, Lui de. Heusch e é um mito de fundação tal como o mito precedente. MITO 7, HOLOHOLO: L’EPOPÉ DU PEUPLE DE MWAMBA HOLOHOLO: L’EPOPÉ DU PEUPLE DE MWAMBA Em outros tempos, os homens não conheciam a guerra, as doenças e a morte. Uma mulher chamada Mwamba chega do sudoeste com seus quinze filhos. Kalala, o filho mais velho, carrega as lanças. Ao ver um caminho feito por uma colônia de formigas negras ele decide dedicar-se às artes da guerra. Sua mãe então se põe a rir do filho, por o mesmo ter tido tal idéia. Kalala tomado de intensa fúria enterra a mãe viva. Em seguida, ele encontra uma árvore gigantesca que liga o céu a terra sob cuja copa estão sentados cinco homens e Kalala mata três, enquanto os outros dois fogem. Kalala os persegue e os aprisiona. Os dois prisioneiros então propõe a ele que renuncie a guerra e organize uma dança. Essa dança transforma-se numa festa com a participação de muita gente da cidade do chefe Ilunga Nsungu, que era chefe de uma cidade além do rio Lualaba. Enquanto Kalala dormia, os homens de Ilunga Nsungu cavam uma grande fossa e recobrem a mesma com uma esteira. Quando Kalala acorda, todos retomam as danças. Os anfitriões, os homens de Ilunga Nsungo, o convidam hipocritamente para repousar sobre a esteira preparada por eles, para assim se livrarem do mesmo. Mas Kalala apenas aguarda sentado do lado da esteira, que é na verdade uma armadilha. Então, um dos homens que Kalala havia prendido, sobe na árvore até o céu. Cinco meses mais tarde, como ele não havia ainda descido, seu companheiro resolve ir ao seu encontro, e assim que começou a escalada na árvore o reencontra descendo e trazendo uma mensagem de uma grande cabra de cauda de fogo (nkuba, o Raio) que ele havia encontrado lá no céu e que ordenou ao mesmo que voltasse e fizesse a guerra. Em seguida, lançam-se contra Kalala e o jogam dentro da fossa preparada por eles. O excesso de cerveja reanimou o ódio dos irmãos de kalala e eles retomam as hostilidades. No entanto, o caçula salvo por Ilungo Nsungo dá-lhe de presente uma cabaça mágica que seu benfeitor sobe ao alto deuma montanha e de lá despeja o conteúdo da cabaça matando os filhos de Mwamba afogados. |